13.6.05

Morreu o Poeta Eugénio de Andrade

Morreu o meu Poeta de eleição.
Natural da Póvoa da Atalaia, a muito poucos kms de Alpedrinha, este poeta da terra, do amor, dos ventos e das gentes, brindou-nos ao longo de toda a sua vida com perfeitas obras de arte. Quem não se comove com as suas palavras? quando fala da mãe, da solidão, das mulheres vestidas de preto, as da sua terra, dos sonhos, do amor! O país deve-lhe a maior das homenagens, as que teve em vida foram poucas, embora tenha saboreado algumas, na sua humildade característica. Por mim, digo apenas, Bem Hajas Eugénio pelas tuas palavras cheias de engenho e arte que me levam à comoção. E deixo dois poemas, sempre actuais, sempre novos, sempre únicos!

URGENTEMENTE

É urgente o amor
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade

OS FRUTOS

Assim eu queria o poema:
fremente de luz, áspero de terra,
rumoroso de águas e de vento.

Eugénio de Andrade

1 Comments:

Blogger oasis dossonhos said...

Bem hajas tu também, por esta ternurenta homenagem
Bjs
L.

terça-feira, junho 14, 2005  

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