6.10.05

Quando a Morte nos toca de perto...

A semana passada soube que uma grande amiga minha tinha morrido... Chamava-se Paula, tinha 35 ou 36 anos, não mais! Um cancro no pulmão terá sido a causa da morte... uma morte que recuso aceitar, que me revolta! Uma pessoa que nunca fumou na vida! Um poço de alegria e vitalidade, uma personalidade segura, uma amiga de verdade: justa, atenciosa, carinhosa, generosa, lutadora... Deixou o Joãozinho, filho, de 7 ou 8 anos, e o marido, o João, que foi meu aluno e considero um amigo... mas também me deixou a mim e a todos quantos dela gostavam e a admiravam, o irmão, a mãe, que também conheço, e uma imensidão de amigos.
Soube da sua doença pela sua própria voz, em Agosto de 2004, estava eu em Alpedrinha de férias. Só a voz cansada deixava transparecer a doença... mas a força estava lá, o carisma era o mesmo! Falei com ela por telefone para saber da suas melhoras, porque nunca aceitei que a morte fosse uma realidade possível... De tal forma não aceitei que nem por sombras coloquei essa hipótese e não a visitei... ela estava na casa de uma prima, julgo eu, que nem sei onde mora! Ao telefone a voz continuava cansada mas falámos imenso... pusémos a conversa em dia, naturalmente... e por incrível que pareça foi ela quem me deu muita força para os meus problemas, para as minhas preocupações e doença... ela que tanto estaria a precisar de apoio ainda conseguiu ter essa generosidade imensa!
Soube da sua morte "por portas travessas"... o amigo João não me telefonou, nem sei o dia em que morreu, nem onde, nem em que mês... só sei que já não lhe posso telefonar, nem visitar, nem ir às compras com ela, nem voltarmos a Alpedrinha, nem festejarmos o Carnaval juntos, nem a Passagem de Ano, nem fazer mais umas sardinhadas, nem jogar Pictionary... Chorei sozinha em casa a sua morte... fechei-me dois dias em casa... foi o meu luto!
Partilho aqui a minha dor... porque não encontro outra forma de prestar homenagem a uma AMIGA do peito... Ainda não consegui falar com o João... o telefone está sempre desligado! O que vou dizer-lhe? Como estará ele? Um casal amigo, companheiro, unido, feliz... com um filho lindo, não merecia esta sorte!
Quero manter na memória a imagem do seu rosto sempre com um sorriso largo... o corpo franzino sem ser frágil, as palavras sempre seguras e um futuro construído a pulso, com os pés bem assentes, a pensar sempre na família... especialmente no marido e filho que adorava!
Que a vida é injusta, eu já sabia, mas tanto!!?? Porquê!?!??????

1 Comments:

Blogger oasis dossonhos said...

beijo solidário. Lamento a morte dessa amiga.

sexta-feira, outubro 07, 2005  

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