30.4.06

Estreia no 1º Aniversário da Aldraba

Não foi a primeira vez que disse poesia em público, mas foi a primeira vez que disse a minha poesia (?) em público.
Por exemplo em Évora, há alguns anos, na apresentação de um dos livros do Maçarico, onde contribuí com a introdução, disse poemas do nosso amigo... e não há ano lectivo que não partilhe com os meus alunos poesia, enquanto uma das expressões máximas da estética!
Em Alpedrinha, convidada para alguns Encontros de Poetas, não pude ser eu a dizer os meus poemas (?), por razões de saúde... quis o destino que fosse pela Aldraba, nos Combatentes, vá-se lá saber porquê!... foi no dia 29 de Abril, para comemorar o 1º aniversário da Aldraba.
Deixo aqui os poemas que ali partilhei. Alguns esperam ser publicados num projecto com o Luis Maçarico, patrocinado pela Câmara do Fundão. Os mais intimistas continuam na gaveta, à espera de coragem para um dia serem dados à luz!

Segredo-cereja

Num canto do lameiro
Da quinta dos meus avós
Havia uma cerejeira
Inteligente…
Um dia segredou-me
Em voz de vento
E cor de paixão
Bem redonda
Que só morrem
Verdadeiramente
Os sem coração
E sem memória!

Trabalho no campo

Em passos demorados
Saboreiam os silêncios
Suspensos ao toque do sino

De semblantes enrugados
Mastigam o passado
Que o futuro já não traz

Carregam a dureza
do trabalho no campo

Já não sonham
Mas ainda vão às festas
à missa
e aos funerais.


Al(pedrinha) I

Um materialista questionava:
Uma terra com alma?

Um dia o destino
Levou-o à encosta
Onde o granito é água,
O verde é luz,
O azul é serra,
E os segredos respiram-se!

O materialista confessou:
Reconheço, e muito me custa,
Há pedrinhas com alma!

2 Comments:

Blogger oasis dossonhos said...

Bem Hajas pela presença, pelos poemas, por esta voz da terra tão bonita que está em cada palavra. Como alpetriniense adoptado te digo que Alpedrinha estará certamente orgulhosa de celebrares a raíz da Gardunha e do granito, a sabedoria das suas gentes, o encanto das águas e dos ventos que semeiam sonhos nas crianças, nas estórias dos avós, no voo dos teus poemas tão bonitos.
Espero que este ano seja dado um passo certo em relação ao projecto do livro de poemas colectivos daqueles sete magníficos que amam Alpedrinha e no seu regaço sonharam dias limpos para o Mundo inteiro.
Beijos
Luís

domingo, abril 30, 2006  
Blogger paula silva said...

Desculpa Luis, e aos restantes visitantes... mudei a configuração dos comentários, sem me aperceber e por isso não fazia ideia que estavam tantos comentários para serem autorizados por mim, e há tanto tempo! Julgo que agora já estão autorizados, julgo eu!

terça-feira, maio 02, 2006  

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